Traz muita alegria e esperança analisar o mais recente estudo de projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) feito para alguns produtos do agronegócio mundial. É um relatório de frequência anual, que projeta a agricultura para os próximos 10 anos. Sua leitura apresenta alguns números interessantes sobre quantidades, participações de mercado e valores.
Os produtos analisados pelo USDA em que o Brasil é relevante no mercado internacional são: soja em grãos, farelo de soja, óleo de soja, milho, algodão, carne bovina, carne de frango e suína. A soja é o carro chefe do crescimento das importações. É também arrojada a participação brasileira em carne de frango e um pouco conservadora na carne suína. Somente nestes produtos (complexo soja, milho, algodão e carnes), em 2027 o Brasil exportará US$ 28 bilhões a mais do que exportou em 2017. Como este é o número de 2027, se somarmos o valor adicional exportado ano a ano teremos US$ 155 bilhões a mais nos próximos 10 anos, além do que já somam anualmente.
O agronegócio exportou US$ 96 bilhões em 2017 e, se este desempenho continuar nos próximos 10 anos, acrescido da projeção estimada pelo USDA, trará US$ 1,1 trilhão em 10 anos, ou R$ 3,3 trilhões. Este valor não considera o provável crescimento em papel e celulose e outros produtos florestais, café, frutas, flores, açúcar, etanol, arroz e outras commodities. Se estes produtos agregarem mais US$ 100 bilhões acumulados, elevam o número dos próximos dez anos para US$ 1,2 trilhão.
Temos muito mercado para crescer. Portanto, precisamos de um “choque” de eficiência para termos margem de lucro com essa exportação que o país fará. Para isso, é necessário investimentos em inovação, principalmente na área administrativa. O produtor que deseja aproveitar ao máximo esse momento vitorioso do agronegócio brasileiro na próxima década precisa aprender sobre tecnologia. Ele não pode ter bloqueios ou medo e, sim, curiosidade para conseguir melhorar seus indicadores.
Um volume e valor impressionantes para a sociedade brasileira buscar no mercado mundial, contribuindo para seu desenvolvimento e geração de oportunidades. Quanto mais reformas estruturantes visando competitividade tivermos, tanto na agenda pública quanto na agenda privada, mais margens serão construídas e estímulos gerados para buscar este trilhão ou, quem sabe, até superar esse valor.
Fonte: GaúchaZH