A organização da Bahia Farm Show espera que a edição deste ano continue a refletir a recuperação do agronegócio no oeste baiano, que sofreu com as quebras de safra anos atrás. Depois da feira de 2017 com recorde de intenções de negócios – de R$ 1,531 bilhão –, há motivos para acreditar numa nova marca histórica no evento a ser realizado entre os dias 29 deste mês e 2 de junho, em Luís Eduardo Magalhães.
O principal motivo é a colheita da maior safra da história. A Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) prevê safra de 5,95 milhões de toneladas de soja, 1,22 milhão de toneladas de algodão e 1,38 milhão de toneladas de milho. “Há alguma cautela, mas, ao que tudo indica, vamos ultrapassar 2017”, afirma a coordenadora da Bahia Farm Show, Rosi Cerrato.
Rosi pondera que parte dos agricultores baianos ainda tem contas de safras anteriores a acertar. As dívidas são do período de perdas no campo, que afetaram a capacidade de investimentos. Isso também contribui para essa relativa cautela nas projeções, que, de qualquer forma, ela classifica como pontual e não tira o otimismo para a feira de 2018.
A promessa é de ampla variedade de produtos: desde o grande maquinário, passando por insumos, implementos e outras soluções tecnológicas, além de serviços, superando 2017, quando 200 expositores apresentaram 700 marcas. A expectativa é receber um público em torno de 75 mil pessoas, dentro do que é considerada a média histórica do evento.
É uma visitação menor que a de outras que são consideradas grandes feiras no calendário do setor, reconhece Rosi. Mas ela garante: quem visita está disposto a fazer negócio. “Devido a nossa logística, o público acaba sendo mais seleto. Vem quem está dentro da cadeia do agronegócio”, explica.
A expectativa de redução das taxas de juros para o próximo ciclo agrícola não deve inibir os negócios. Enquanto o governo discute o financiamento da safra 2018/2019, Rosi Cerrato espera que o produtor aproveite as oportunidades na feira, já que o resultado da safra favorece os investimentos e o produtor precisa renovar a tecnologia no campo.
“Nossa margem é muito alta. O produtor está trabalhando dentro do que tem para gastar. E, com a boa safra, a tendência é de renovação do maquinário”, diz a coordenadora da Bahia Farm Show.
A feira deste ano contará com dois leilões de bovinos de alto padrão genético, organizados pela Associação dos Criadores de Gado do Oeste da Bahia (Acrioeste). No dia 30, serão ofertados animais cruzados das raças aberdeen angus e red angus. No dia 1o, será realizado o leilão específico para criadores de gado da raça nelore, com oferta de animais para cria e recria, como touros aptos para reprodução, bezerros e bezerras, além de garrotes e novilhas.
Fonte: Globo Rural