Depois de três secas, grande parte do Rio Grande do Sul enfrenta fortes chuvas, que têm causado desastres em diversos segmentos, inclusive no agrário. Nos campos gaúchos as águas carregaram lavouras, animais, máquinas, implementos, terra e insumos. Os prejuízos ainda não são possíveis estimar, já que as tempestades seguem ocorrendo.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente do Sindicato Rural de São Borja, Tomáz Olea, falou sobre como tem sido as últimas semanas. “A situação aqui é muito preocupante porque nós viemos de dois anos de seca, ainda tentando receber o seguro da safra 2022/23 e 2021/22, frustração muito alta nestas duas safras. E este ano, em que as lavouras estavam um pouco melhores, na época da colheita, essa chuva toda, mais de 500 mm. Então, já temos lavouras que não serão possíveis colher, mais de 50% da área de soja do município ainda não foi colhida. Muito arroz acamado e agora ele começa a brotar, também vai ter perdas”, detalhou.
Ainda segundo o presidente, outro problema que afeta o setor são as estradas que seguem intransitáveis, com acessos comprometidos com a destruição causada pela chuva. Por isso, os produtores estão ampliando as suas rotas em até 150 quilômetros para realizar serviços de armazenagem e secagem dos grãos.
Olea salienta importância dos decretos de emergência e calamidade pública: “Isso serve para podermos negociar com os nossos credores, de maneira que a gente possa cumprir, porque o prejuízo econômico está feito”.
Outra preocupação do setor é a condição dos solos depois que as águas baixarem. “Corre muita água, leva terra, leva insumos, leva fertilizantes que estão no solo. Então, como nossa região é muito dobrada, corre muita água assim”, explicou vice-presidente do Sindicato Rural de Carazinho, Paulo Vargas, também ao Notícias Agrícolas.