Devido à alteração climática que ocorreu a partir do segundo semestre de 2015 e percorreu todo o ano de 2016, a safra do cacau teve algumas alterações no sul da Bahia, na região de Barro Preto. Como a floração começou entre outubro e novembro e a mudança de folha está ocorrendo agora, em março, haverá um atraso em toda a safra temporã e também na safra principal.
De acordo com Fernando Botelho, produtor de cacau na região, as chuvas do mês de fevereiro fizeram com que o cacau respondesse com mudança de folha para fazer fotossíntese, fortalecendo-se para realizar a produção. Se o clima continuar normal, a tendência é favorável – embora só seja possível ter um diagnóstico mais certeiro na fase de frutificação, entre o final do mês e o começo de abril.
No entanto, os produtores do região sofrem com a vassoura de bruxa, que foi introduzida criminalmente na região, como detalha Botelho, no ano de 1989. Hoje, a produtividade está muito abaixo do esperado, em 10@/hectare. Os custos de produção também aumentaram muito e os produtores estão sem crédito. Logo, mesmo com a possibilidade de uma tecnologia que torna possível a recuperação dos cacaueiros em três a quatro anos, o acesso é impossibilitado.
O tipo de cacau plantado na região, o cacau-cabruca, é parte de um sistema agroflorestal com mais de 200 anos, que se relaciona diretamente com a Mata Atlântica. Com isso, Barro Preto é a segunda cidade com a maior preservação ambiental do Brasil, atrás apenas de Ilhabela, em São Paulo.
Para tentar se capitalizar, os produtores estão buscando produzir também produtos com valor agregado, como polpa de frutas e chocolates orgânicos.
Fonte: Notícias Agrícolas