A comercialização da safra de café do Brasil 2016/17 (julho/junho) chegou a 81% até o dia 13 de fevereiro. O dado faz parte de levantamento de Safras & Mercado. O avanço em relação ao mês imediatamente anterior foi de três pontos percentuais.
As vendas estão levemente atrasadas em relação ao ano passado, quando 83% da safra 2015/16 estava comercializada até então. Há avanço em relação à média dos últimos 5 anos, que aponta que 76% da produção normalmente já está negociada no período.
Com isso, já foram comercializadas 44,75 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de Safras & Mercado, de uma safra 2016/17 de café brasileira de 55,1 milhões de sacas.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Gil Barabach, a comercialização de café no Brasil andou de forma mais lenta ao longo do último mês de janeiro no Brasil, mas dentro da cadência normal para uma entressafra. "O produtor aparece um pouco mais nas altas e se afasta quando o mercado recua, o que reduz a fluidez do mercado e abre espaço para indicações erráticas de preços, uma vez que a baixa liquidez favorece distorções nas cotações", afirma.
De acordo com o analista, ficou mais comum o comprador mais curto e necessitado forçar preço acima do mercado para tentar sensibilizar o vendedor.
Importações de robusta
Um das principais notícias da semana foi a decisão do governo de flexibilizar as importações de café robusta. O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex), vinculado à Câmara de Comércio Exterior (Camex), aprovou na terça-feira (15) a isenção do imposto de importação de café robusta (conilon), que tinha alíquota de 10%, para cota de até 1 milhão de sacas de 60 kg de café conilon. A medida tem prazo de quatro meses, de fevereiro a maio. A cota mensal será de até 250 mil sacas.
O Gecex aprovou também a elevação da alíquota de 10% para 35% de toda a importação de café verde (arábica e conilon) no montante que exceder a cota determinada. O próximo passo é a publicação da Análise de Risco de Praga (ARP) no Diário Oficial da União, que já está concluída para o Vietnã. O país é o segundo maior produtor de conilon, depois do Brasil.
A desoneração do café foi encaminhada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), na semana passada, à Camex. O Brasil é o maior exportador mundial de café nas variedades arábica e robusta (conilon). A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apurou estoques de café conilon no Espírito Santo, Rondônia e Sul da Bahia, entre 1,5 milhão a 1,7 milhão de sacas, insuficientes para atender a necessidade da indústria.
Fonte: Agência Safras