Na primeira metade deste ano, as exportações do agronegócio brasileiro tiveram um aumento de 2,9% em receita na comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 49,5 bilhões, puxadas mais uma vez pelos embarques de soja e derivados, de acordo levantamento divulgado na última sexta-feira (13) pelo Ministério da Agricultura a partir de dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic).

As importações de produtos do agronegócio, por sua vez, recuaram 3,6% na mesmo comparação, para US$ 7,036 bilhões no primeiro semestre do ano. Com isso, o setor obteve um superávit comercial de US$ 42,498 bilhões, alta de 4% na comparação anual.

Na série histórica iniciada em 1997, o atual foi o maior superávit registrado para o intervalo de janeiro a junho, enquanto a receita com exportação foi a segunda maior.

Apenas a receita com os embarques com soja no primeiro semestre avançou 11,8%, para US$ 22,317 bilhões — crescimento alimentado tanto pelo maior volume exportado como pela valorização dos produtos.

O ministério afirma, em nota, que além da previsão de aumento da produção de soja na safra 2017/2018, o cenário favorável para  a comercialização do grão  é complementado pelo conflito comercial entre Estados Unidos  e China. A disputa deve estimular as vendas de soja brasileira ao mercado chinês.

Outro segmento que também aumentou sua receita com exportação foi o de produtos florestais, que inclui papel e celulose. No semestre, o faturamento com as exportações desses produtos cresceu 30,1%, para US$ 7,076 bilhões.

Esse resultado desbancou, inclusive, o obtido pelo setor de carnes com exportações, que desde 2007 vinha à frente do segmento de produtos florestais. No semestre, os embarques de carnes ficaram em US$ 6,379 bilhões, um recuo anual de 12,7%. No primeiro semestre do ano passado, a receita com as exportações de carnes ainda foi maior do que as de produtos florestais.

Segundo o Ministério da Agricultura, “embargos impostos à carne brasileira têm prejudicado o desempenho das exportações, como exemplos da União Europeia, da Rússia e da Arábia Saudita, cujos mercados significaram redução US$ 1,02 bilhão no primeiro semestre de 2018 ante idêntico intervalo de 2017”.

Também registraram queda na receita com exportação no primeiro semestre deste ano os setores sucroalcooleiro e de café. No primeiro caso, os embarques renderam US$ 3,549 bilhões, queda de 39,6%. Houve forte redução do volume embarcado de açúcar para os oito principais mercados do do Brasil (Argélia, Bangladesh, Arábia Saudita, Índia, Emirados Árabes Unidos, Nigéria, Marrocos e Malásia).

No caso do café, a receita com exportação caiu 14,8%, para US$ 2,238 bilhões, com retração do volume embarcado para União Europeia e Estados Unidos.

A China reforçou sua posição de liderança na pauta das exportações brasileiras do agronegócio no primeiro semestre de 2018, ampliando sua participação de 33,0% para 36,1%. As vendas ao país cresceram 12,7%, passando para US$ 17,90 bilhões.

A soja em grão respondeu por 80% das exportações do agronegócio para a China, gerando um adicional de US$ 1,43 bilhão em relação ao mesmo período do ano anterior. Outro produto que contribuiu significativamente para o aumento das vendas ao país foi a celulose (com aumento de US$ 508,26 milhões), seguida por carnes (avanço de US$ 262,56 milhões).

Apenas em junho, as exportações do agronegócio brasileiro renderam US$ 9,207 bilhões, uma diminuição anual de 0,7%. Houve aumento dos embarques com soja, de 24,4%, para US$ 4,923 bilhões, mas redução nas exportações de carnes (que caíram 42%, para US$ 765 milhões).

As importações  no mês cederam 10,1%, para US$ 1,042 bilhão. Com isso, o superávit comercial do setor aumentou 0,7%, para US$ 8,165 bilhões.

Fonte: Valor Econômico