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Exportações do agronegócio crescem 23,7% em setembro

As exportações brasileiras do agronegócio aumentaram 23,7% em setembro, em relação ao mesmo mês do ano passado. Os embarques somaram US$ 8,56 bilhões, ante US$ 6,92 bi de setembro do ano anterior. Já as importações recuaram 12,6% para R$ 1,14 bilhão.

A balança comercial do setor teve superávit de US$ 7,41 bilhões, valor 32,1% superior ao registrado em setembro do ano passado. As vendas externas do agro representaram 45,8% das exportações totais brasileiras, acima dos 43,8% do mesmo mês de 2016.

Os números constam de um estudo sobre a balança comercial do agronegócio de setembro, elaborado pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura (Mapa).

Segundo o estudo, o crescimento de US$ 1,64 bilhão nas vendas externas em setembro foi impulsionado pelo complexo soja (+US$ 938,74 milhões); cereais, farinhas e preparações (+US$ 436,17 milhões); produtos florestais (+US$ 158,72 milhões); fibras e produtos têxteis (+US$ 55,50 milhões) e carnes (+US$ 42,50 milhões).

Os embarques do complexo soja, de carnes, do setor sucroalcooleiro, de produtos florestais e de cereais, farinhas e preparações totalizam US$ 6,76 bilhões em setembro, com share de 79% no total das exportações do agronegócio em setembro de 2017.

Em relação ao valor exportado, o complexo soja foi o principal setor, somando US$ 2,02 bilhões em exportações. O montante representou acréscimo de 86,9% em valor, ante o mesmo mês do ano anterior. A soja em grãos foi responsável por esse aumento nas vendas externas e representou 79,6% do total, com US$ 1,61 bilhão (+165,5%).

A quantidade embarcada de soja foi de 4,27 milhões de toneladas, com crescimento de 196%, representando volume recorde para o mês de setembro. As vendas de farelo somaram US$ 389,08 milhões e 1,16 milhão de tonelada. Houve ampliação tanto do valor (+6,1%) quanto da quantidade embarcada de farelo (+27,1%), apesar da queda no preço médio (-16,5%).

O setor de carnes ocupou a segunda posição no ranking de setores exportadores do agronegócio, com US$ 1,38 bilhão, dos quais a carne de frango representou 45,8% (US$ 630,65 milhões). As exportações de carne de frango in natura alcançaram US$ 568,60 milhões, com recorde em quantidade: 355,24 mil toneladas.

As vendas de carne bovina foram de US$ 554,95 milhões, isto é, 17,7% superiores ao que foi registrado em setembro de 2016. Também houve aumento em quantidade (+17,1%, de 115,67 para 135,39 mil toneladas) e preço (+0,5%, de US$ 4.077 para US$ 4099 por tonelada).

As exportações do complexo sucroalcooleiro somaram US$ 1,36 bilhão. O açúcar foi responsável por quase toda receita, com 94,4% (US$ 1,28 bilhão). A quantidade embarcada de açúcar bruto alcançou o recorde de 2,95 milhões de toneladas no mês de setembro (+9,3%). Apesar da queda em quantidade (-1,8%), houve ampliação do valor em vendas de álcool (de US$ 73,85 em setembro de 2016 para 75,62 milhões no mesmo mês do ano seguinte).

As vendas externas de produtos florestais somaram US$ 1,03 bilhão, levando o setor a ser o quarto principal exportador do agronegócio em setembro. As exportações de celulose, principal produto da cadeia, alcançaram o recorde para o mês de setembro, com US$ 560,33 milhões (+19,4%). As vendas de madeiras e suas obras e papel, por outro lado, apresentaram crescimento em valor de 23,2% e 7,5%, respectivamente.

Já os embarques de cereais, farinhas e preparações totalizaram US$ 974,92 milhões, principalmente por causa do milho. O cereal foi responsável por 93,9% do valor exportado pelo setor, com registros recordes para setembro tanto em valor, como em quantidade: US$ 915,59 milhões (+86,4%) e 5,91 milhões de toneladas (+103,0%).

Acumulado do ano

No acumulado de janeiro a setembro deste ano as exportações do agronegócio somaram US$ 73,99 bilhões, valor 9,8% superior aos US$ 67,36 bilhões de igual período do ao passado. As importações subiram de US$ 9,79 bilhões para US$ 10,69 bilhões, um crescimento de 9,2%. “O crescimento das exportações em patamar superior ao das importações resultou numa expansão do superávit comercial do agronegócio, que passou de US$ 57,58 bilhões entre janeiro e setembro de 2016 para US$ 63,30 bilhões entre janeiro e setembro de 2017”, diz o estudo.

Os cinco principais setores exportadores do agronegócio nesses nove meses de 2017 foram: complexo soja (participação de 37,6%), carnes (participação de 15,6%), complexo sucroalcooleiro (participação de 12,8%), produtos florestais (participação de 11,4%) e café (participação de 5,1%).

Esses cinco setores foram responsáveis por 82,5% do total das exportações do agronegócio entre janeiro e setembro de 2017. No mesmo período de 2016, os cinco referidos setores exportaram 79,7% do total das exportações brasileiras do agronegócio. O crescimento da participação desses setores evidencia um aumento da concentração da pauta exportadora do período em análise.

O complexo soja aumentou suas exportações de US$ 23,52 bilhões nos nove primeiros meses de 2016 para US$ 27,81 bilhões nos nove primeiros meses de 2017 (+18,2). O principal produto exportado do setor foi a soja em grão, que bateu recorde de valor e volume exportado no período, com US$ 23,05 bilhões em vendas externas ou o correspondente a 61,2 milhões de toneladas exportadas. O volume de exportações foi 11,5 milhões de toneladas superior ao volume exportado entre janeiro e setembro de 2016. Os dois outros produtos do setor, o farelo e o óleo de soja, apresentaram queda no volume exportado, -5,8% e -1,2%, respectivamente.

As exportações de carnes subiram de US$ 10,74 bilhões para US$ 11,51 bilhões no período, o que correspondeu a uma expansão de 7,2%. Esse incremento ocorreu em função do aumento do preço médio de exportação, que subiu 8,8% entre janeiro e setembro de 2016 e janeiro e setembro de 2017, uma vez que o volume embarcado caiu 1,5%.

A carne de frango foi a principal carne exportada, com US$ 5,45 bilhões (+5,3%). As exportações de carne bovina foram de US$ 4,33 bilhões (+6,7), com expansão de 1,9% no quantum exportado e 4,8% no preço médio de exportação. As vendas externas de carne suína subiram 17,7% em valor, atingindo US$ 1,24 bilhão. Tal desempenho foi obtido pela expansão de 22,6% no preço médio de exportação, uma vez que a quantidade média exportada caiu 4,0% no período.

O complexo sucroalcooleiro foi o terceiro principal setor exportador do agronegócio, com US$ 9,50 bilhões em vendas externas (+16,3%). O preço médio do açúcar, principal produto de exportação do setor, aumentou 19,8% no período, passando de US$ 342 por tonelada entre janeiro e setembro de 2016 para US$ 409 por tonelada entre janeiro e setembro de 2017.

Esse aumento do preço médio de exportação do açúcar, combinado com uma expansão de 0,7% no volume embarcado, gerou um incremento de 20,6% no valor exportado do produto, que chegou a US$ 8,89 bilhões entre janeiro e setembro de 2017. O álcool, por sua vez, teve queda de 34,1% no volume exportado, o que gerou um valor exportado de US$ 604,42 milhões (-23,2%).

As vendas externas de produtos florestais tiveram expansão de 11,0% entre janeiro e setembro de 2016 e janeiro e setembro de 2017, passando de US$ 7,58 bilhões para US$ 8,41 bilhões no período analisado. O principal produto de exportação do setor foi a celulose, que passou de US$ 4,10 bilhões em vendas externas entre janeiro e setembro de 2016 para o valor recorde de US$ 4,64 bilhões entre janeiro e setembro de 2017 (+13,1%).

O volume exportado de celulose subiu 4,2%, também recorde para o período, enquanto o preço médio de exportação subiu 8,5%. Outros dois produtos exportados pelo setor foram: madeira e suas obras (US$ 2,34 bilhões; +13,8%) e papel (US$ 1,43 bilhões; +0,9%).

O café ficou na quinta posição dentre os principais setores exportadores do agronegócio, com US$ 3,80 bilhões em exportações entre janeiro e setembro de 2017. O valor significou uma expansão de 2,3% em relação aos US$ 3,26 bilhões exportados entre janeiro e setembro de 2016.

O volume exportado de café verde e café solúvel caíram no período, -9,1% e -10,6% respectivamente. Tal que foi compensada pela expansão nos preços médios de exportação, que subiram 11,3% e 19,9%, também respectivamente.

Importações

As importações de produtos do agronegócio subiram de US$ 9,79 bilhões entre janeiro e setembro de 2016 para US$ 10,69 bilhões entre janeiro e setembro de 2017. Esse incremento de quase US$ 1,0 bilhão em valor, significou uma expansão de 9,2%.

Os principais produtos importados foram: trigo (US$ 892,24 milhões; -5,6%); álcool etílico (US$ 793,80 milhões; +256,0%); papel (US$ 622,38 milhões; +12,5%); vestuários e outros produtos têxteis (US$ 393,01 milhões; +8,7%); salmões (US$ 381,64 milhões; +24,7%); borracha natural (US$ 306,10 milhões; +36,7%); malte (US$ 292,28 milhões; -10,6%); leite em pó (US$ 282,53 milhões; -9,0%); óleo de palma (US$ 274,14 milhões; +6,9%).

Fonte: Globo Rural

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