Preços sustentados refletem preocupações com a escassez de grãos de qualidade
Durante o mês de abril, o mercado brasileiro de feijão foi influenciado por preocupações relacionadas à oferta limitada, o que manteve os preços em patamares elevados. Especificamente, o feijão carioca, um dos principais tipos cultivados, registrou um volume adequado de oferta, o que ajudou a atender à demanda dos compradores e a manter os preços em um nível estável na Bolsa. Pequenas variações nos preços dos feijões de categoria extra refletiram diretamente a qualidade do produto, com a escassez de grãos de alta qualidade afetando a dinâmica do mercado.
Embora tenha sido observado um certo controle na oferta e um aumento na presença de compradores, resultando em preços relativamente estáveis, os feijões de qualidade superior, classificados como nota 9 das cultivares Estilo e Sabiá, foram negociados a valores que atingiram até R$ 300,00 por saca, devido à escassez desses padrões mais elevados.
Última Semana: Expectativas e Tendências
Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, na última semana do mês, o mercado de feijão carioca refletiu um cenário de cautela entre os agentes, que anteciparam possíveis quedas nos preços devido à expectativa de aumento na oferta e ao feriado do Dia Internacional do Trabalhador. Cerca de 15 mil sacas foram ofertadas ao longo da semana, com aproximadamente 4 mil sacas comercializadas.
Inicialmente, o mercado permaneceu relativamente estável, exceto pelos feijões de nota 9 e 9,5, que continuaram escassos. Destacou-se a presença de lotes de feijão carioca extra de nota 9 EL (Dama), vendidos a R$ 320,00 a saca, enquanto o restante das ofertas concentrou-se em produtos comerciais.
Feijão Preto: Estabilidade e Tendências
Quanto ao feijão preto, o início da semana foi marcado por um volume moderado de amostras e cotações estáveis. Das 2,5 mil sacas ofertadas durante a madrugada, aproximadamente 500 foram negociadas. Oliveira destaca que as vendas têm sido fundamentais para manter os preços, especialmente para os feijões de melhor qualidade.
No Paraná, os feijões de qualidade superior estão sendo negociados entre R$ 210,00 e R$ 240,00 por saca pré-limpa. Os preços mantiveram-se estáveis, com valores de R$ 270,00 por saca para os padrões extra nacional e R$ 280,00 por saca para os grãos importados da Argentina. Em Santa Catarina, as indicações variam entre R$ 180,00 e R$ 220,00 por saca. As vendas permanecem concentradas em embarques futuros, com os melhores padrões negociados entre R$ 260,00 e R$ 270,00 por saca.
Avanço da Colheita e Perspectivas
Os trabalhos de colheita da primeira safra 2023/24 de feijão alcançaram 83,3% da área no Brasil, segundo a Conab. Quanto à segunda safra 2023/24, o Deral informou que a colheita atingiu 16% da área projetada para o estado do Paraná. As condições das lavouras são variadas, com a maioria em boas condições de desenvolvimento. O acompanhamento da colheita e das condições climáticas continua sendo crucial para entender as tendências futuras do mercado de feijão.
Fonte: Portal do Agronegócio