O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, que chefia delegação brasileira ao Canadá, teve nesta quarta-feira (2) encontros bilaterais com empresários, pesquisadores e membros da Câmara de Comércio Brasil-Canadá, em Toronto, para tratar da diversificação da pauta de exportações brasileiras e de cooperação tecnológica entre os dois países.
Novacki esteve com o CEO e presidente da McCain Foods Limited, Max Koeune, que recentemente firmou uma joint venture com a brasileira Forno de Minas, para expandir a comercialização do pão de queijo no mercado internacional. A empresa é uma das maiores fabricantes mundiais de batatas fritas congeladas e de outras especialidades do produto.
A McCain produz alimentos, tanto para indústrias de varejo quanto de serviços alimentares, os chamados food service. A empresa tem presença mundial, com 53 plantas distribuídas no planeta.No encontro, o empresário canadense demonstrou interesse no desenvolvimento do potencial da cadeia de produtores de batatas brasileiro, que integram o Programa Agro + Produtor Rural.
Segundo Novacki, a intenção do Mapa é diversificar a pauta de exportações brasileiras, além de grãos, carnes e demais produtos comercializados, para ampliar a participação brasileira no comércio mundial dos atuais 7% para 10%. Para tanto, se exige a diversificação de mercadorias, principalmente com produtos de maior valor agregado, como é o caso do pão de queijo e de variados ativos como sucos, frutas, arroz, sorvetes, orgânicos, mel, própolis, açaí entre outros.
A delegação brasileira também esteve com o vice-reitor da Universidade de Guelph, Malcolm M. Campbell, que é a principal universidade canadense no ramo do agronegócio, para referendar a intenção brasileira de firmar parcerias tecnológicas. Na reunião, foi tratado do acordo de cooperação entre a Embrapa e a universidade, em estágio já avançado para desenvolver ferramentas que viabilizem a agricultura digital, a serem compartilhadas entre a empresa brasileira e a universidade canadense e que irão beneficiar o agronegócio de ambos os países.
Uma equipe da Embrapa convidada para conhecer os projetos em andamento da universidade está no local tratando da cooperação. Como presidente do Conselho da Embrapa, Novacki representou o Brasil no encontro.
Na Câmara de Comércio Brasil-Canadá e nas reuniões com o corpo consular brasileiro em Toronto, a comitiva brasileira ouviu sobre o interesse de empresários locais por produtos brasileiros e sobre a dinâmica que o Canadá aplica nos negócios internacionais.
Em Toronto, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil mantém uma base comercial. O Serviço de Comércio do Itamaraty (Secom) é uma importante alavanca para a prospecção de negócios no país da América do Norte.
A balança comercial entre o Brasil e o Canadá é equilibrada, tanto no total comercializado quanto em produtos agrícolas. Mas as vendas no setor do agronegócio representam menos de 10% da totalidade das exportações nacionais para o país. Em 2017, as exportações agrícolas para o Canadá chegaram a US$ 658 milhões, sendo que as carnes representaram 7,76% desse volume. As vendas foram dominadas pelo setor sucroalcooleiro (59%) e pelo café, que responde por 20,87%.
O interesse brasileiro no Canadá pode ser medido pela sua capacidade de consumo. É o país com a maior extensão territorial da América com 9,9 milhões de quilômetros quadrados, com taxa de crescimento de 2,5% (registrada no ano passado) e Produto Interno Bruto (PIB) semelhante ao brasileiro, com população de 36 milhões de habitantes, cerca de um sexto da brasileira.
A missão brasileira seguiu de Toronto para Montreal, onde participa da abertura da Feira SIAL Canadá 2018. Além de Novacki e diretores do Mapa, 22 empresários nacionais do setor da pecuária e agricultura, entre eles o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli, integram a delegação nacional.