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“Não conseguem prever uma seca com três meses de antecedência, imagine o aumento da temperatura para daqui a 100 anos”, diz professor Molion, em palestra na FAEB

“Não conseguem prever uma seca com três meses de antecedência, imagine o aumento da temperatura para daqui a 100 anos”, diz professor Molion, em palestra na FAEB

“Aquecimento global é mito”. Contrariando tudo o que você já leu ou ouviu sobre o assunto, o professor Doutor Luiz Carlos Molion defende um ponto de vista completamente diferente e muito polêmico. Hoje, 11 de abril, ele ministrou a palestra “Diagnóstico e Tendências do Clima nos Próximos Anos”, em Salvador, a convite do Sistema FAEB/SENAR. O evento foi realizado na sede da instituição e contou com a participação de presidentes sindicais, produtores rurais, profissionais da área, professores, estudantes e técnicos de várias partes do estado, que lotaram o auditório.

O professor defende a ideia de que as mudanças climáticas acontecem por questões naturais, sem o controle humano. “Sempre é divulgado pela mídia que o homem é o responsável pelo aquecimento global, através de suas atividades – como a queima do petróleo e carvão mineral, que emite gás carbônico; e com a pecuária ruminante, que emite metano. O aumento da concentração desses gases, segundo ambientalistas e climatologistas, elevaria a temperatura para os próximos anos. Aqui na região da mata atlântica, por exemplo, a temperatura aumentaria 4°C nos próximos 100 anos, e as chuvas teriam uma redução de 35% – o que seria devastador para o setor agro. Essas projeções não têm base científica nenhuma. Elas têm como fundamentos, os modelos de climas – que são códigos de computador -, e como tal, imperfeitos, que não conseguem prever sequer uma seca com três meses de antecedência, imagine então uma a temperatura nos anos de 2070, 2100”, afirma o professor.

O professor também falou sobre as tendências climáticas do estado. “O clima da Bahia é extremamente complexo. A variabilidade das chuvas é enorme. Próximo ao litoral, por exemplo, são cerca de 2400 mm/ano. Já no Vale do São Francisco, chove, em médica, de 700 a 800 mm. Esse volume volta a subir novamente no oeste, em direção ao divisor de águas entre as Bacias do São Francisco e do Tocantins. Quando falamos do noroeste é uma região extremamente seca. O sudeste já é bastante úmido. É muito diverso”, pontuou Molion.

Sobre o semiárido, ele apresentou boas notícias. “A minha perspectiva é que nesses próximos 10 anos a situação nessa região melhore, tenha mais chuvas e o número de secas severas diminua. Eu espero que o próximo ciclo semelhante a esse que nós passamos, só volte a se repetir entre 2029 e 2034. Os dados dizem que vamos passar por um período relativamente benéfico”.

Mas falar sobre o clima das diversas realidades baianas, com mais profundidade, em apenas uma palestra é uma tarefa quase impossível. Por isso, o presidente do Sistema FAEB, Humberto Miranda, adiantou que planeja levar o professor Molion em cada região do estado. “Estamos organizando um grande calendário de palestras pelo interior. Vamos buscar a parceria do Sebrae para abordar esse assunto no extremo sul; na região oeste; no norte da Bahia; no semiárido, que sofre com as secas e ocupa a maior parte territorial do estado. Nosso planejamento é levar essa discussão para as mais diversas regiões da Bahia. Esse é um tema que a gente não pode fugir e que colocaremos como uma das prioridades da Federação”.

Ao final da palestra, os participantes do evento puderam tirar dúvidas com professor. Em breve a apresentação do professor será disponibilizada na íntegra no canal do Sistema FAEB, no YouTube.

OPINIÃO DO PÚBLICO

 

Marcos Chalhoub – produtor rural, médico veterinário e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba)

“O professor Molion trouxe uma visão um pouco diferente do que se tem tradicionalmente em termos de aquecimento global. Ele não acredita nisso. Então, é uma visão bem interessante para que a gente possa refletir melhor a respeito do que está acontecendo com o planeta, e, mais especificamente, com o estado da Bahia. Espero que o Senar continue fazendo palestras desse tipo para que a gente possa aprender cada vez mais”.

Luiz Del Corral, Engenheiro Agrônomo

“A palestra foi muito interessante! O conhecimento da climatologia é de fundamental importância para que os empresários rurais possam planejar o seu negócio”.

Antônio Fontes – Produtor Rural de Santo Antônio de Jesus

“O professor quebrou alguns paradigmas em relação a emissão de gás carbônico. A gente tinha uma visão de que era algo altamente prejudicial, mas ele mostrou que o CO2 é muito importante para a produção vegetal. Nos próximos 10 anos ele fez uma previsão muito boa, de que teremos uma pluviosidade muito maior. Isso foi animador para os produtores do semiárido”.

Fernando de Lima Cardoso – Veterinário – Produtor de Santa Terezinha

“Essa palestra foi muito importante, porque dá uma dimensão melhor de como vai ser a distribuição das chuvas nos próximos 10 anos e com isso a gente consegue, de fato, produzir um pouco mais de alimento em momentos de maior dificuldade, como as secas”.

Fonte: Ascom Sistema FAEB

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