Sistema FAEB

Presidente do IBGE destaca parcerias durante coleta do Censo Agro na Bahia

Presidente do IBGE destaca parcerias durante coleta do Censo Agro na Bahia

"Uma das maiores riquezas do país é o conhecimento. O Censo não é um gasto, é um investimento", afirmou o presidente do IBGE, Roberto Olinto Ramos, durante o início da coleta do Censo Agropecuário 2017 na Bahia. A pesquisa começou no dia 2 de outubro e, na primeira semana, já foram visitados cerca de 47.900 estabelecimentos em todo o país. Até fevereiro de 2018, serão visitados cerca de 5,3 milhões de estabelecimentos agropecuários, nos 5.570 municípios brasileiros.

Na última sexta-feira (6/10), Olinto e o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB), João Martins, conferiram in loco a primeira entrevista do Censo Agro no município de Santo Amaro, no recôncavo baiano. Também participou da visita o chefe do IBGE na Bahia, Artur Ferreira Filho. A CNA é uma das instituições parceiras do IBGE na divulgação da importância da operação censitária para o setor.

“A realização de um Censo depende de duas questões fundamentais: uma, primordial, é a colaboração do informante. A segunda é o trabalho de um grupo de parceiros na divulgação da operação e no convencimento do informante sobre a importância e a utilidade do que vamos investigar. Esses parceiros, como a CNA, têm nos ajudado sobremaneira e nos fazem sentir integrados numa grande rede no Brasil”, afirmou o presidente do IBGE.

Mostrando a realidade do Brasil rural

Na Bahia, o estado mais rural do país, estima-se que serão visitados mais de 760 mil estabelecimentos agropecuários. Entre eles, a primeira propriedade recenseada em Santo Amaro, que tem cerca de 500 hectares e é dedicada à pecuária.

"A gente cria o [gado] nelore de corte; e essa carne produzida aqui é fornecida para Salvador", conta o produtor rural Severino Vidal. "Abrimos a porteira e estamos à disposição para dar as informações para esse Brasil rural! É preciso mostrar a realidade do produtor, pois hoje a mola mestra do PIB é a agropecuária", ressaltou.

O presidente da CNA e da FAEB, João Martins, reforçou a importância dos resultados do Censo Agro para o setor: "O IBGE vai dar uma radiografia da nossa realidade, e nós vamos focar naqueles problemas que vão ser identificados e, principalmente, na vocação de cada região."

A necessidade de detalhamento e atualização da informação sobre o campo também foi destacada pelo presidente do IBGE: "Estatisticamente falando, nós temos pesquisas anuais sobre a agropecuária, mas cada vez mais é necessário olhar o detalhe, e não só o todo", complementou.

Em dez anos, muitas mudanças

A vocação de Santo Amaro, por exemplo, vem se modificando com o passar do tempo, é o que identifica o presidente do sindicato rural do município, Paulo Silva: "Santo Amaro historicamente é um município que vivia da monocultura da cana-de-açúcar, e hoje temos uma pecuário de corte forte, uma agricultura fortíssima na base do cacau, da mandioca e da banana."

Um dos colaboradores para esta mudança de perfil da região é “seu” Toninho, como prefere ser chamado o agricultor Antonio Borges, de 81 anos, proprietário e morador de uma chácara em Santo Antônio, de cerca de 70 hectares. "Aqui a gente produz coco, laranja, aipim, milho, quase tudo orgânico. Eu vivo da terra e quero passar isso para meus filhos, que não abandonem a terra porque nela a gente tem uma vida melhor."

Severino também exemplifica bem a necessidade de atualizar a fotografia da produção agropecuária brasileira. Há dez anos, quando o último Censo Agropecuário foi realizado, ele ainda era engenheiro civil, não tinha adquirido a fazenda de gado de corte e nem sonhava em se tornar pecuarista. Hoje já vislumbra viver só da renda gerada pelo estabelecimento.

Fonte: Jornal do Brasil

Posts Relacionados

plugins premium WordPress