Depois de iniciar 2022 com baixas perspectivas, no ano de 2023 a situação da agroindústria brasileira poderá ser mais promissora. A análise é do pesquisador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (GVAgro) Felippe Serigati, diante do quadro apontado pelo Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), estudo realizado pela instituição para medir a evolução de curto prazo do volume de produção física da agroindústria.
Serigati estima que a produção agroindustrial tenha um crescimento de 2% este ano, apesar de o último levantamento apontar para uma evolução de 0,7% até agosto. “A economia brasileira teve uma reação no segundo semestre com fatores estruturais, como o recuo na disseminação do vírus da Covid-19 e a abertura da economia, com as pessoas podendo circular com liberdade, o que aqueceu o setor de serviços, que realmente gera empregos no país”, analisou.
“Combinado com fatores conjunturais, como o aumento do auxílio Brasil, redução tributária de combustíveis e a ajuda a algumas categorias, a exemplo dos caminhoneiros, isso deu um ganho de renda que se refletiu no aumento de demanda para os produtos da agroindústria”, completou Serigati.
Pelo estudo do FGV Agro, produtos alimentícios e bebidas, terão neste ano crescimento de 2,5%. Serigati explica que, para essa previsão se concretizar, o crescimento do segmento terá que ser forte no último trimestre do ano.
“Será necessária uma evolução de mais de 6% em relação aos últimos três meses do ano passado em toda a agroindústria, enquanto para produtos alimentícios e bebidas esse índice deve aumentar cerca de 5%.
Como o quarto trimestre de 2021 foi muito fraco para o setor, essas taxas de crescimento, embora expressivas, são razoáveis”, calcula. O PIM Agro é gerado a partir de dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Fonte: Canal Rural