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Análises já feitas em carne descartam problemas para saúde humana, diz Mapa

Em balanço da força-tarefa realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), nos últimos dez dias, após a deflagração da Operação Carne Fraca, o ministro Blairo Maggi afastou, por ora, que problemas apontados pela Polícia Federal na investigação de frigoríficos impliquem risco ao consumo humano. Irregularidades encontradas em 12 laudos concluídos revelam, sim, fraudes econômicas, como quantidade de água acima do permitido no frango e, amido, também fora do padrão, em salsicha. “Das amostras analisadas, não há nenhuma anormalidade que possa fazer mal à saúde humana”, garantiu o ministro.

A força-tarefa contou com equipe de 250 servidores, entre auditores fiscais, agentes de inspeção e de atividades agropecuárias, nos 21 estabelecimentos citados na operação. “Todas tiveram investigação extra”, explicou o ministro. Cada equipe verificou registros de controle de fabricação, de matéria-prima e interrogou funcionários, além de avaliar as condições de higiene. Uma das empresas que produz ração animal estava utilizando subprodutos com data de validade vencida. “Então, interditamos”, informou.

No mesmo dia da operação, em 17 de março, haviam sido interditados, por precaução, pelo Mapa, estabelecimentos da BRF, em Mineiros (GO), da Peccin Agro Industrial, em Curitiba(PR), e em Jaraguá do Sul (SC). Os laudos prontos se referem a essas três plantas frigoríficas. Depois, entre os citados, mais três sofreram interdição preventiva, por falhas no controle de fabricação: Souza Ramos, em Colombo (PR), Laticínios SSPMA, em Sapopema (PR) e Farinha de Carnes Castro, em Castro (PR).

A coleta foi além do local de produção dos estabelecimentos auditados, se estendendo ao varejo, onde foram retiradas 174 amostras de produtos fabricados pelas empresas em 22 estados da federação. Os resultados finais serão conhecidos em até duas semanas.
Blairo Maggi destacou, em entrevista à imprensa, que é importante restabelecer a confiança do consumidor brasileiro e também do mercado externo, que tem recebido todas as informações solicitadas. Lembrou que as empresas investigadas não têm recebido certificado de exportação, o que dá mais garantia aos compradores de fora do país. “Nossa imagem foi muito atacada e a gente não pode esquecer que concorrentes querem que mercados sejam abertos para eles”, observou.

Ainda nesta segunda-feira (27), técnicos do ministério têm uma teleconferência com autoridades de Hong Kong, um mercado importante que distribui produtos para vários países do Oriente, lembrou Maggi. O ministro reuniu-se com os 27 superintendentes regionais do Mapa para alinhar procedimentos e alertar para que todos se mantenham “atentos” à investigação em curso, utilizando, na medida das suas necessidades, toda a estrutura em Brasília, como a corregedoria.

Nesta terça-feira (28), Maggi recebe o comissário para Saúde e Segurança Alimentar da União Europeia, Vytenis Andriukaitis. A agenda já estava marcada, desde antes da operação, mas será, segundo ele, uma oportunidade de esclarecer tudo o que for necessário. “É um momento que deve ser aproveitado”, afirmou.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) 

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