A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estará presente em um dos eventos mais importantes do mundo, o Fórum Econômico Mundial sobre sustentabilidade que acontecerá nos dias 24 e 25 de setembro, em Nova York (Estados Unidos), e terá como tema “O impacto do desenvolvimento sustentável”.
A entidade será representada pelo diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara, e pela superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra. O publicitário Nizan Guanaes, consultor da Confederação, também estará presente.
Na entrevista abaixo, Lígia Dutra conta mais detalhes sobre a participação:
Qual a importância da CNA estar presente no Fórum Econômico Mundial?
Lígia Dutra – É a primeira vez que a CNA vai participar desse evento, que discutirá os impactos de uma agenda de sustentabilidade e terão muitas mesas relacionadas com agricultura. Então a importância é que vai ser a primeira vez em que estaremos dentro de um fórum com a participação de mais de 700 entidades públicas e privadas do mundo inteiro, onde nós vamos ter a voz e o olhar do produtor rural sobre temas de sustentabilidade e agricultura.
Quais serão os temas dos debates que a CNA participará?
Lígia – São dois dias de evento com mesas de discussão a cada hora, das 8h às 17h. Existem muitos painéis que acontecem simultaneamente e nós, CNA e Senar, escolhemos painéis que envolvem o uso de água, novas tecnologias de agricultura, pesquisas sobre fontes alternativas de proteínas. Também vamos participar de painéis sobre o desafio de alimentar a população mundial crescente, mudanças climáticas e como isso vai impactar a agricultura, principalmente a agricultura tropical. Então é uma diversidade de painéis sobre os mais diversos assuntos, como financiamento de mercados verdes, de mercados sustentáveis, mecanismos de financiamento que podem estimular esse tipo de mercado e sobre blockchain.
Quais são as posições que a entidade apresentará no evento?
Lígia – Vamos apresentar os dados de sustentabilidade do Brasil, que são muito pouco conhecidos, a forma como a gente vem produzindo, as mudanças que o Brasil enfrenta. Infelizmente, a fama que o Brasil tem lá fora não faz jus ao que o produtor está fazendo de fato no Brasil. O produtor já fez uma grande modificação na sua forma de produzir, aplicando técnicas cada vez melhores de uso racional dos recursos naturais, mas isso ainda não é conhecido lá fora. Então nós vamos para apresentar dados científicos que mostrem essa mudança, como por exemplo, os dados que mostram que o Brasil preserva 66% da sua vegetação nativa em diferentes tipos de propriedades, que temos uma área de preservação que nenhum outro país do mundo consegue ter, que temos um aumento de produtividade muito grande sem precisar aumentar a área produtiva, o que também os outros países não conseguem fazer, que o nosso uso da água no Brasil é muito baixo comparado à irrigação e o sistema de outros países, a gente consegue ter uma eficiência grande no uso da água. Mostrar exatamente essas técnicas e também, na parte de mudanças climáticas, como que as técnicas de agricultura de baixo carbono estão sendo implementadas no Brasil em larga escala e com impacto muito grande, além de todo desenvolvimento da tecnologia de etanol, biodiesel, que tem um impacto de redução de emissão de carbono enorme e que está sendo feito por um país em desenvolvimento. Muitas vezes nós temos metas e atingimos resultados superiores a muitos países desenvolvidos e essas discussões aqui já estão mais avançadas que no próprio Estados Unidos, que agora está indo num retrocesso nessa questão de mudanças climáticas. Sabemos que ainda podemos melhorar, mas é preciso reconhecer que o Brasil tem feito muito e a ideia de estar presente nesse evento, com esses parceiros que são tão importantes e de tão alto nível, é falar sobre isso.
Qual o retorno que a participação da CNA poderá trazer para os produtores rurais brasileiros?
Lígia – Tem dois retornos que eu acho que são os principais. Primeiro é a imagem, melhorar a imagem do agro. Não para contar uma imagem que não existe, mas para trazer a percepção internacional mais próxima à realidade do Brasil, porque a percepção internacional está totalmente dissociada do que está acontecendo no Brasil. O segundo é a parte de cooperação. Mas cooperação para quê? Para a gente conseguir difundir ainda mais essas técnicas que usam melhores práticas na agricultura. Por que a agricultura no Brasil ainda é muito diversa. Você tem aqueles produtores que estão lá na ponta e que conseguem aplicar toda tecnologia e mudança e você tem produtores que são menores, que estão menos tecnificados e que não tem recursos para isso, então eles dependem mais de iniciativas que vão auxiliá-lo a fazer isso. Então, no Fórum Econômico Mundial tem muitas instituições que financiam esse tipo de mudança, que financiam técnicas mais sustentáveis. Vamos apresentar parte das iniciativas que já fazemos e buscar formas de dar escala a essas iniciativas através dos financiamentos ou soluções tecnológicas já existentes por essas organizações internacionais.
Assessoria de Comunicação CNA