No sábado (15), o Pavilhão AgroBrasil, do Sistema CNA/Senar, abriu mais um dia de programação com temáticas dedicadas aos setores de Frutas e Cacau.

Especialistas se reuniram para discutir oportunidades, desafios e o potencial de crescimento sustentável dessas cadeias produtivas.

O primeiro painel abordou o tema “Fruticultura Brasileira: Diversidade, Sustentabilidade e Inovação”, sob mediação de Jorge de Souza, gerente técnico da Abrafrutas. 

Jorge lembrou que, embora o Brasil seja o terceiro maior produtor de frutas do mundo, ocupa apenas a 23ª posição em exportações, como um reflexo do mercado interno aquecido e do perfil dos produtores, que muitas vezes não atuam diretamente na exportação.

“A fruticultura emprega intensivamente mão de obra qualificada e é estratégica para o desenvolvimento regional”, afirmou.

Na sequência, Arcídio Ornela, produtor de açaí, defendeu a cultura para recuperar áreas degradadas na Amazônia e destacou o avanço expressivo das exportações e o papel decisivo da Embrapa no desenvolvimento de tecnologias que permitem o manejo sustentável e aumento de produtividade. 

“A cultura do açaí não é apenas economicamente viável, mas também é socialmente justa”, afirmou.

Hortência Osaqui, da Fazenda Bacuri, apresentou o trabalho pioneiro de sua família com o fruto típico da Amazônia.“

Para garantir a sustentabilidade econômica da atividade, ela avançou na verticalização da cadeia produtiva, já que apenas cerca de 20% do fruto é aproveitado com a polpa. 

O esforço resultou na consolidação de uma agroindústria familiar pioneira, que hoje produz itens finalizados e possui certificação orgânica para comercializar no Brasil, na Comunidade Europeia e nos Estados Unidos, fortalecendo a presença do bacuri em mercados internacionais.

Cacau – No painel “Cacauicultura Sustentável – Conservação e Desenvolvimento na Amazônia e Mata Atlântica” foi debatida a força produtiva, a vocação socioambiental e as perspectivas de expansão do setor.

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O moderador Guilherme Moura, vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB), lembrou que o cacau tem origem amazônica, mas se consolidou na Bahia, que por décadas liderou a produção nacional. 

“Nesse cenário, o Pará intensificou investimentos e, hoje, os dois estados respondem juntos por cerca de 95% do cacau produzido no país”.

Moura ressaltou que a cacauicultura brasileira tem características únicas formada, majoritariamente, por pequenos produtores, que adotam sistemas agroflorestais, incorporam tecnologias modernas e conectam, dentro do mesmo território, todos os elos da cadeia, do cultivo ao chocolate final. 

A presidente executiva da Associação Nacional da Indústria Processadora de Cacau (AIPC), Anna Paula Losi, reforçou essa visão ao lembrar que poucos países reúnem, como o Brasil, produção, processamento industrial e mercado consumidor de forma integrada.  

“Novas regiões estão entrando no mapa produtivo. O mercado interno oferece uma vantagem competitiva ao permitir vendas diretas para a indústria”. 

Cristiano Villela, Diretor do Centro de Inovação do Cacau, falou sobre a expansão da cacauicultura para novas regiões do país, como Nordeste, Rio Grande do Sul e Paraná, além do avanço da Bahia para áreas não tradicionais. 

“Esse movimento amplia o potencial produtivo nacional e reforça a diversidade da cadeia e a necessidade de estudos e pesquisa”.

Guilherme Salata, coordenador do CocoaAction Brasil, da World Cocoa Foundation, explicou sobre o Projeto Cacau 2030, que busca com que o alcance da produção de cacau chegue a 400 mil toneladas por ano em 2030. O plano estratégico para a cadeia do cacau aborda diversos temas como assistência técnica, acesso a crédito, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e questões sanitárias. 

“O objetivo é articular os atores da cadeia para desenvolver projetos e ações que alcancem as metas do plano. “Atualmente, está sendo feito um levantamento do que já existe na cadeia para identificar os desafios e definir as próximas etapas”.

Guilherme Moura apresentou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) como a principal entidade de representação do setor agropecuário, com atuação em diversas frentes, como representação, educação e inovação.

Apresentou também o trabalho do Senar, que oferece assistência técnica em cadeias produtivas como o cacau, com um modelo que envolve diagnóstico, planejamento, capacitação e monitoramento. 

“A assistência técnica do Senar é a melhor em termos de abrangência e qualidade do serviço”.

Guilherme Salata, coordenador do CocoaAction Brasil, da World Cocoa Foundation, explicou sobre o Projeto Cacau 2030, que busca com que o alcance da produção de cacau chegue a 400 mil toneladas por ano em 2030.

O plano estratégico para a cadeia do cacau aborda diversos temas como assistência técnica, acesso a crédito, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e questões sanitárias. 

“O objetivo é articular os atores da cadeia para desenvolver projetos e ações que alcancem as metas do plano. “Atualmente, está sendo feito um levantamento do que já existe na cadeia para identificar os desafios e definir as próximas etapas”. 

Guilherme Moura apresentou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) como a principal entidade de representação do setor agropecuário, com atuação em diversas frentes, como representação, educação e inovação”.

Apresentou também o trabalho do Senar, que oferece assistência técnica em cadeias produtivas como o cacau, com um modelo que envolve diagnóstico, planejamento, capacitação e monitoramento. 

“A assistência técnica do Senar é a melhor em termos de abrangência e qualidade do serviço por envolver além da parte técnica, a gerencial também”.

Ricardo Gomes, diretor de Programa do Instituto Arapyaú, destacou que o cenário internacional está especialmente favorável para o cacau brasileiro, com novas oportunidades de posicionamento em mercados que exigem responsabilidade ambiental. 

Ele ressaltou a urgência de alternativas de baixo carbono que conciliem produção de alimentos, geração de riqueza e conservação. “Estamos vendo a ONU e outras instituições estimularem mecanismos e parcerias para fortalecer modelos produtivos sustentáveis. O desafio agora é construir um sistema econômico mais resiliente e alinhado às demandas globais”.