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Desenvolvimento rural sustentável passa por cooperação e parcerias internacionais

Os financiamentos para desenvolver a produção sustentável no Brasil abriram os debates nesta quarta (12) do “Agro em Questão: Cooperação Internacional e Desenvolvimento Rural Sustentável”, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.

O evento reuniu embaixadores, representantes de embaixadas, organismos internacionais, bancos de fomento e desenvolvimento, fundos de financiamento, governo e setor produtivo para debater, entre outros temas, os desafios da produção sustentável e mudanças climáticas em meio ao crescimento da demanda mundial por alimentos.

O primeiro painel do dia abordou o tema “Fundos internacionais, setor público e produtores rurais: parcerias para o desenvolvimento sustentável da agropecuária no Brasil”. A superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, foi a moderadora das discussões e falou sobre a importância da produção sustentável.

“O setor agropecuário brasileiro vem fazendo muito pelo Brasil e pelo mundo, aumentando a sua produtividade sem aumentar a área de produção, com sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. Temos uma grande missão de produzir alimentos para o mundo e precisamos inovar porque a população mundial está em constante crescimento”, disse.

Érico Rocha, da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, falou sobre o Fundo Verde do Clima (GCF), que financia ações para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e que começou a atuar no Brasil. Fabiana Dumont, do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), apresentou ações do organismo no semiárido nordestino, e a coordenadora de Cooperação Internacional do Ministério da Agricultura, Lucy Frota, fez um relato da atuação da pasta.

Desafios – O tema do segundo painel foi “Os desafios das mudanças climáticas para a produção de alimentos: a cooperação entre agricultores brasileiros e organizações internacionais”. O moderador foi o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, que defendeu apoio mútuo entre os países nesta questão.

Octavio Damiani, especialista em Desenvolvimento Rural e Agricultura do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), falou sobre perspectivas de projetos do banco para o campo no país. O representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no Brasil, Hernán Chiriboga, destacou iniciativas do instituto no Brasil, como recuperação de áreas degradadas, manejo de caatinga, reuso da água e construção de poços artesianos.

A diretora de Educação Profissional e Promoção Social do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Andréa Barbosa, falou das parcerias internacionais para a resiliência climática do meio rural realizadas pela entidade. Segundo ela, o Senar tem quatro projetos de cooperação internacional realizados em conjunto com instituições como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a FAO, entre outros.

“Quando mostramos que o produtor adota as tecnologias para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, e começa a ver que isso é viável economicamente, a gente vê que o resultado do projeto está acontecendo concretamente”, afirmou Andréa.

Parcerias – O painel “Preservação ambiental e competividade agropecuária por meio de parcerias entre produtores rurais e a sociedade civil organizada” fechou o evento. A coordenadora executiva do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), Beatriz Domeniconi, destacou os desafios na busca de agentes financiadores e resultados para a pecuária brasileira. A cooperação entre os diversos atores para a sustentabilidade da atividade rural foi o assunto analisado pela gerente de Agricultura do The Nature Conservancy (TNC), Giovana Baggio.

Como exemplo foi apresentada a experiência do produtor rural Manoel Lemos, no projeto Do Campo à Mesa: Carne Sustentável. Realizada em parceria com a TNC no município de São Félix do Xingu (PA), a iniciativa ajudou o pecuarista a adotar boas práticas agropecuárias e a reduzir o desmatamento.

“Começamos com o objetivo de regularização ambiental e fundiária e descobrimos que as melhorias foram em tudo, principalmente na produtividade. Aumentamos em quase sete vezes o ganho de arroba por hectare/ano na área aplicada”, revelou Lemos.

Assessoria de Comunicação CNA

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