Evento híbrido une o virtual com o real e surpreende ao apresentar realidade aumentada 

Quem passou pelo Parque de Exposição Temóteo Alves de Brito, em Teixeira de Freitas, nesse segundo dia da feira agropecuária ficou impressionado com a quantidade de recursos tecnológicos disponíveis no evento. Tecnologia que vai para além dos equipamentos expostos nos quase 70 estandes de venda. No espaço Casa do Homem do Campo, por exemplo, é possível um encontro inusitado com o anfitrião do evento, o presidente da Faeb e do Senar, Humberto Miranda, que aparece em dose dupla: presencialmente e em realidade aumentada, através de um holograma. O encontro dos dois Humbertos surpreendeu os visitantes da e-Agro 2021. 

Na área de dinâmicas foi montada uma pista de drones, onde ocorrem as demonstrações com equipamentos utilizados na pulverização em lavouras de frutas. A dinâmica atrai muitos jovens que pretendem atuar na fruticultura, um nicho com alta empregabilidade na região, produtora de cacau, melancia, bana, açaí, entre outras. 

“O produtor rural tem esse apetite por consumir tecnologia, mas às vezes não tem tempo de ir até ela. Nosso papel é justamente trazê-las aqui, encurtando a distância entre o nosso público e o que há de mais moderno para otimizar a produção nas propriedades rurais”, ressaltou o coordenador da e-Agro e também diretor Administrativo e Financeiro da Faeb, Guilherme Moura.  

Negócios 

A feira ainda é palco para geração de bons negócios. Nesta quinta-feira (18), a e-Agro sediou o leilão ABCN – Essência do Nelore, que reuniu criadores da raça de todo o extremo-sul baiano e também do Espírito Santo, atraídos pelos animais com genética aprimorada e preços e condições especiais de pagamento. 

Para o presidente do Sindicato Rural de Teixeira de Freitas, Dori Neves, a retomada do evento presencial após quase dois anos de confinamento, representa muito para toda região. “O Extremo Sul está em festa por sediar uma feira tão completa, que não é apenas para quem é agricultor ou pecuarista, mas sim para toda sociedade, já que se apresenta também como uma opção de lazer para as famílias e de lucratividade para os expositores”, observa.  

Debate 

Com espaço para palestras e mesas redondas, a segunda noite do evento trouxe uma importante discussão. O painel “Sustentabilidade é o nosso negócio” reuniu no mesmo palco nomes como Volney Fernandes, Roberto José de Freitas e Camila Telles, para falar sobre produção e preservação, atividades que caminham lado a lado, mas que são vistas como antagônicas. 

“A atividade agrícola é normalmente vilanizada por quem pouco ou nada sabe sobre o setor. Estamos aqui para rebater essas acusações com números, com dados, pois contra fatos não há argumentos. As fazendas brasileiras preservam mais de 282 milhões de hectares de vegetação nativa, o equivalente a 33,2% do território brasileiro”, disse, citando que a área é bem maior que a soma das áreas da França, Alemanha, Espanha, Portugal, Itália, Grécia, Eslovênia, Eslováquia, Holanda, Bélgica, Irlanda, Dinamarca, Áustria, Polônia Irlanda e Reino Unido. 

Para ela, a questão ambiental é cortina de fumaça para esconder interesses econômicos externos para travar o agronegócio brasileiro, um dos que mais produz e preserva no mundo. 

Fonte: Ascom Faeb/Senar