O agronegócio representou 43,5% do valor total das vendas externas brasileiras no mês passado. Os embarques do setor somaram US$ 8,73 bilhões – recorde para os meses de março –, com aumento de 4,6% em comparação aos US$ 8,35 bilhões alcançados em março de 2016. Com as importações de US$ 1,39 bilhão, o saldo da balança comercial do agro foi de US$ 7,34 bilhões, com acréscimo de 2,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (12) pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Em março, o complexo soja representou 46,5% de todas as exportações do agronegócio. Em seguida, aparecem carnes, com 15,4%; produtos florestais, com 10,1%; complexo sucroalcooleiro, com 8,8%; e café, com participação de 5,8%. Juntas, as vendas externas dos cinco setores equivalem a 86,7% do total exportado pelo agro em março de 2017.
Segundo a SRI, as exportações do complexo soja cresceram 16,8% em relação a março de 2016, totalizando US$ 4,06 bilhões. A maior parcela desse valor corresponde às exportações de soja em grãos, que atingiram valor e quantidade recordes para o mês de março, com US$ 3,53 bilhões (+20,8%) e 8,98 milhões de toneladas (+7,2%).
O farelo de soja foi o segundo principal produto negociado pelo setor, com receita de US$ 434,21 milhões (-7,7%) para 1,16 milhão de toneladas embarcadas (-22,6%) e preço médio no período de US$ 375 por tonelada (+19,2%). Já as vendas externas de óleo de soja totalizaram US$ 89,65 milhões (+13,2%), com alta no preço médio do produto (+14,8%), mas com queda na quantidade comercializada (-1,4%).
Carnes bovina, suína e de aves
As exportações de carnes atingiram US$ 1,35 bilhão em março, com aumento de 9,2% ante o US$ 1,23 bilhão verificado no mesmo mês do ano anterior. Houve retração de 5,2% na quantidade comercializada, com 591,72 mil toneladas, e elevação do preço médio dos produtos do setor à taxa de 15,2%. O principal item negociado no mês foi a carne de frango, com US$ 644,15 milhões (+11,7%).
As vendas externas de carne bovina diminuíram 3,3% em valor, totalizando US$ 486,52 milhões. Em quantidade, houve queda de 11,2%, sendo embarcadas 121,03 mil toneladas. As exportações de carne suína atingiram US$ 149,38 milhões (+37,9%), com queda de 4,8% no volume comercializado e elevação de 44,8% na cotação do produto no período. As vendas de carne suína in natura atingiram recorde em valor para o mês de março com o total de US$ 138,31 milhões. Já as exportações de carne de peru alcançaram o valor de US$ 35,37 milhões (+55,8%) com o embarque de 13,65 mil toneladas (+19,6%).
Produtos florestais, açúcar e álcool
Em terceiro lugar no ranking dos setores do agronegócio que mais exportaram em valor, os produtos florestais apresentaram a soma de US$ 884,01 milhões, com crescimento de 7,4% em relação aos US$ 823,48 milhões obtidos em março do ano anterior. O principal produto negociado foi a celulose, com US$ 436,09 milhões (+7,9%) e 1,06 milhão de toneladas comercializadas (+10,0%), volume recorde para o mês de março.
Em seguida, destacaram-se as vendas externas do complexo sucroalcooleiro, que atingiram a US$ 770,65 milhões, com incremento de 4,5% quando comparado ao valor exportado em março de 2016 (US$ 737,29 milhões). As vendas de açúcar foram o destaque do setor, com o total de US$ 735,19 milhões (+17,2%) e 1,60 milhão de toneladas negociadas (-23,2%).
O setor cafeeiro foi o quinto do agronegócio que mais exportou em março último. As vendas externas do setor somaram US$ 509,46 milhões, com incremento de 12,0% em comparação ao mesmo período do ano anterior (US$ 454,82 milhões).
Entre os principais blocos econômicos e regiões geográficas de destino das exportações brasileiras do agronegócio, a Ásia se destacou no mês de março de 2017. Foram exportados US$ 4,65 bilhões em produtos do setor, dos quais a soja em grãos representou 68,1%. O produto foi o que mais contribuiu para o crescimento de 11,2% das vendas brasileiras à região, com aumento de US$ 671,76 milhões em relação a março de 2016. Como resultado, a participação da região passou de 50,1% em março de 2016 para 53,2% no último mês.
A China se manteve como principal país de destino das exportações brasileiras de produtos agropecuários, alcançando US$ 3,44 milhões em março. Esse montante representou crescimento de 24,4% em relação ao mesmo mês em 2016, de modo que o share do mercado nas vendas externas brasileiras subiu mais de seis pontos percentuais (33,1% para 39,4%).