Tudo começou numa tarde simples, daquelas em que o café na mesa e a prosa entre irmãos acabam se transformando em decisões que mudam destinos. Estávamos refletindo sobre o futuro da nossa terra, Itapetinga — uma região marcada pela monocultura, onde o capim parecia ser o único cenário possível, mas havia uma inquietação em nós. Acreditávamos que era possível mais, que a paisagem podia mudar, que a vida do pequeno produtor podia melhorar e, sobretudo, que bastava coragem para dar o primeiro passo.

E assim fizemos. Estudamos, ouvimos técnicos, analisamos solo, clima e, principalmente, sonhamos. A banana, uma cultura tropical, nos pareceu promissora e com a possibilidade de irrigação vislumbramos a solução para o maior desafio da região: a escassez de água.

Há oito meses, plantamos nosso primeiro talhão: 5 hectares de esperança. Hoje, temos 30 hectares de banana cultivada. E a cada nova folha que desponta, temos a certeza de que estamos construindo algo maior do que um negócio. Estamos mudando uma paisagem, uma cultura, uma mentalidade.

A projeção é animadora: 40 toneladas por hectare ao ano, gerando R$ 80 mil de faturamento por hectare — valores que mostram que é, sim, possível prosperar no semiárido. Contuso, o mais importante não está nos números e sim na inspiração.

Hoje, olhamos para essa experiência e enxergamos um caminho viável para centenas de pequenos produtores. Um caminho de dignidade, autonomia e transformação através da fruticultura. Com o apoio do Senar, da Faeb e de tantos técnicos comprometidos, acreditamos que essa mudança pode – e vai – se espalhar por toda a região.

Como diretor regional da Faeb, é um privilégio fazer parte desse movimento. Ver que, com trabalho sério e coragem para sonhar diferente, estamos escrevendo um novo capítulo para o campo. E o melhor: esse capítulo só está começando.

Por Eder Rezende – Diretor Regional da Faeb