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“O que mais falta é uma política de Estado diferenciada para o Nordeste”, afirma João Martins em entrevista ao Jornal Tribuna do Norte

Qual é a importância de um evento como esses para a agropecuária em um lugar como o semiárido nordestino, que há seis anos vêm sofrendo com a seca?

Esse é um evento de toda a região nordeste, todos os estados Nordestinos participam desta troca de conhecimentos. A intenção da realização deste evento, que teve início dois anos atrás e foi feito na Bahia, era justamente fazer com que os pequenos e médios produtores, especialmente, tivessem acesso a novas tecnologias, mostrar como novos equipamentos e novas técnicas podem ser aplicados a suas realidades. Isso é fundamental porque é uma área difícil de se cultivar, em especial graças à seca. Merece maior atenção, mais investimentos, porque possui um potencial imenso que só pode ser alavancado se tiver gestão aliada à tecnologias que possibilitem isso.

Há ainda dificuldade por parte desses produtores de terem acesso à inovação tecnológica?

A comunicação da Embrapa principalmente com os pequenos produtores ainda é muito precária. Esse produtor, quando vem até aqui, vai poder ver que existe sim uma solução para o problema dele. Muitas vezes ele não tem conhecimento de que a situação que ele vivencia é compartilhada por muitos outros, e que possuem mecanismos que podem facilitar e resolver aquele problema específico, e que essas soluções podem ser adaptadas para sua realidade. Por parte dos produtores, não falta vontade nem interesse em encontrar alternativas que sejam viáveis à sua realidade.

Se por parte dos produtores não falta vontade, quais são as maiores dificuldades atualmente para o desenvolvimento da agricultura no Nordeste?

O que mais falta é uma política de Estado do Governo Federal para o Nordeste, uma política diferenciada. Tecnologia existe. Hoje em dia não cabe mais aquela conversa de antigamente que dizia que não havia tecnologia para tornar viável a produção agrícola no semiárido. Essa tecnologia existe e está ai, pode ser vista em inúmeros países, e esses produtos, com esse investimento necessário, ainda sim podem ser competitivos no mercado. O que é preciso é que se leve à esse pequeno produtor, na fazenda dele, como aquela tecnologia pode ser aplicada. Ele precisa ser orientado sobre como usar a tecnologia e inclusive incentivado a fazê-lo. O que é hoje a pesquisa? É você buscar adaptar as coisas às nossas realidades. Eu tenho certeza que nos próximos anos, com a vontade política necessária, nós vamos ter um Nordeste muito diferente do que temos hoje, e isso vai ser positivo.

Fonte: Jornal Tribuna do Norte

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