O crescimento deverá ser menor que o apontado no ano passado, quando o PIB do agronegócio saltou 7,6 por cento com a força do setor primário turbinado por uma safra recorde de vários produtos, como soja e milho.
Mas, ainda assim, a estimativa para este ano indica que o PIB do agronegócio ficará acima do que deve crescer a economia brasileira como um todo (1,5 por cento, segundo a última pesquisa Focus, do Banco Central), em meio aos efeitos de uma greve histórica de caminhoneiros, em maio.
O resultado do setor primário do agronegócio em 2018 deve limitar um crescimento maior do PIB do setor, apesar de uma safra recorde de soja já colhida –a oleaginosa é o principal produto do segmento no país. Isso porque o Brasil deverá colher menos milho, laranja e cana este ano, por exemplo.
“São dois anos seguidos de alta bem importante. Ainda é uma taxa bem alta, até se a gente comparar com o PIB geral do Brasil”, disse à Reuters a pesquisadora da equipe de macroeconomia do Cepea Nicole Rennó.
A pesquisa, realizada em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), mostrou ainda que a agroindústria continua se recuperando, com aumento de volumes, o que “estimula demanda por serviços, transporte e serviços financeiros”, disse a pesquisadora.
A agroindústria sofreu no início do ano passado, especialmente aquela que depende mais do mercado interno, para iniciar uma recuperação posteriormente.
A previsão, realizada com base em dados do primeiro quadrimestre do ano, não leva em conta impactos da greve dos caminhoneiros realizada em maio, quando o transporte foi praticamente paralisado em boa parte do mês, afetando fortemente o setor.
Mesmo a tabela do frete rodoviário mínimo, instituída após a greve, é outro fator que pode liminar o agronegócio, que responde por mais de 40 por cento de tudo que é transportado por rodovias.
“A gente imagina que isso vai ter um impacto no PIB que sentiremos mais para frente”, disse a pesquisadora.
A expectativa, por ora, é de que o PIB do agronegócio estimado pelo Cepea, que inclui o setor primário e de indústrias antes (insumos) e depois da porteira, represente 21,2 por cento da economia do Brasil.
Fonte: Reuters