
O preço de ovinos pago aos produtores baianos registrou aumento de 5,19% em junho, com o preço da arroba chegando a R$ 355,42, de acordo com o relatório de preços do Sistema Faeb/Senar. A elevação é impulsionada pela maior demanda de carneiros em estados como São Paulo e Maranhão, além das condições climáticas no norte da Bahia, que afetaram a oferta de animais prontos para o abate.
O documento cita um desequilíbrio entre oferta e demanda como um dos principais fatores da valorização dos ovinos. Enquanto compradores de fora do estado pressionam o mercado com pedidos maiores, a estiagem prolongada na região de Juazeiro reduziu a disponibilidade de ovinos para abate imediato. Dessa forma, muitos produtores recorreram ao confinamento dos animais, o que limitou o volume comercializado no período. A consequência foi a elevação do valor da arroba, especialmente para o carneiro, que tem apresentado uma procura maior do que o bode.
Demanda de fora do estado pressiona mercado baiano
A procura por ovinos oriundos no norte da Bahia aumentou de forma significativa em junho, especialmente por parte de compradores de estados como São Paulo e Maranhão. Segundo produtores, os pedidos têm se concentrado em carneiro, enquanto a comercialização do bode segue em ritmo normal. A movimentação reforça a importância da Bahia como fornecedora de carne ovina para outras regiões do país, mantendo seu papel estratégico na cadeia de proteína animal.
Esse movimento de mercado tem pressionado os valores praticados na venda direta ao produtor. Com o crescimento das encomendas e a oferta mais limitada de animais prontos para o abate, o preço de ovinos subiu nas principais regiões produtoras do estado. A valorização foi mais expressiva no norte da Bahia, onde há concentração da ovinocaprinocultura e bom volume de escoamento para fora do estado.
Ovinos lideram valorização entre produtos de origem animal em junho
De todos os produtos de origem animal monitorados pelo relatório do Sistema Faeb/Senar, os ovinos apresentaram a maior valorização em comparação com o mesmo período do ano passado. O preço pago ao produtor subiu 5,19% no mês, acumulando alta de 14.16% em comparação com junho de 2024. Esse desempenho superou os resultados obtidos por caprinos, bovinos e o leite, que tiveram variações mais modestas no mesmo período.
Preço pago ao produtor não representa carne mais cara no açougue
O dado reflete um cenário pontual de oferta limitada e demanda aquecida, especialmente por carneiros, com escoamento para fora do estado. No entanto, é importante destacar que essa valorização ocorre na etapa da produção primária e não representa diretamente um aumento no preço da carne ovina ao consumidor final.
O valor praticado nas prateleiras e açougues envolve uma cadeia complexa: logística, custos de abate, impostos, margens de distribuição e revenda. Ou seja, mesmo com o preço de ovinos subindo no campo, outros fatores precisam se alinhar para que isso se reflita no varejo. A variação registrada em junho aponta, acima de tudo, o dinamismo da cadeia produtiva de ovinos na Bahia e sua capacidade de resposta a movimentos do mercado — seja pela escassez de oferta, seja pelo crescimento da demanda em outras regiões do país.