O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, defendeu, na quarta (27), a criação de um projeto diferenciado para o desenvolvimento agropecuário do Nordeste e Semiárido.

“Nosso propósito é ajudar o Nordeste e temos agora uma oportunidade ímpar porque o governo está planejando um programa voltado para a região. Além disso, precisamos buscar recursos porque o desenvolvimento do Nordeste é viável e temos competência para fazer”, afirmou.

Para o presidente da CNA, o Nordeste tem que ter um projeto totalmente diferenciado de tudo que já foi feito para a região, porque cada estado tem suas particularidades.

“Somente a Bahia tem 30 tipos de semiárido. Então, precisamos desse projeto de desenvolvimento para dar melhores condições ao produtor, especialmente, ao pecuarista da região”, disse João Martins ao participar da reunião da Comissão Nacional para o Desenvolvimento da Região Nordeste, na sede da Confederação.

Francisco Basílio, assessor especial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), afirmou que o ministério pretende levar uma proposta para os demais ministérios porque a intenção é desenvolver um programa de governo para a o Nordeste. A iniciativa está sendo elaborada em parceria com a Embrapa.

“Estamos levantando dados e discutindo internamente o que já temos e quais resultados existem para construirmos uma proposta que não seja apenas da pasta da Agricultura, mas do Governo Federal.”

A reunião foi coordenada pelo presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe) e da Comissão Nacional, Pio Guerra. “A expectativa dos nordestinos é de uma ação efetiva, principalmente com o novo governo, e a ministra da Agricultura será uma interlocutora importante com o presidente Bolsonaro para construirmos algo para o Nordeste que seja um divisor de águas.”

Os avanços do Projeto Forrageiras para o Semiárido, uma das iniciativas da CNA para a região, também foram apresentados na reunião. O projeto possibilita a pesquisa, o plantio e o desenvolvimento de espécies de forrageiras anuais e perenes que melhor se adaptam à seca para garantir a alimentação dos rebanhos.

“Os resultados são positivos para um ano de implantação. Porém, precisamos de mais um ou dois anos para coleta de dados para saber se as espécies continuam produzindo bem ou não devido ao clima”, explicou André Sanches, secretário-executivo do Instituto CNA.

A partir dos resultados, a Embrapa, parceira no projeto, irá chancelar um boletim técnico para ser apresentado aos produtos onde o plantio foi feito.

O Sistema CNA também desenvolveu um estudo sobre herbicidas para o cultivo da palma forrageira, uma vez que ainda não há produtos registrados para a cultura. 

O experimento testou durante 60 dias 16 tipos de herbicidas, onde quatro tiveram resultado positivo no combate às pragas. O próximo passo será solicitar o registro desses produtos para uso no cultivo da palma forrageira.

Os membros da comissão também discutiram uma proposta de implemento de colheita e processamento da palma, as demandas entregues ao Banco do Nordeste do Brasil sobre os entraves à contratação do crédito rural pelos produtores.

Assessoria de Comunicação CNA