Técnicos do Programa FIP Paisagens Rurais da Bahia e do Tocantins se prepararam para, literalmente, entrar em campo. Eles têm o desafio de preparar o produtor rural para conciliar produção e preservação, através da adoção de medidas que visam recuperar e conservar a vegetação em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal, além de fomentar o uso de tecnologias e técnicas de baixa emissão de carbono. Ou seja, a tão sonhada sustentabilidade.
Para levar conhecimento ao homem do campo e serem persuasivos, eles passaram por um treinamento intensivo. Durante três dias, os técnicos do Senar dos dois estados vizinhos passaram por treinamento na sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães (SPRLEM). Inseridos no Cerrado, a Bahia e o Tocantins são contemplados pelo programa, cujo foco é fazer a gestão integrada da paisagem deste importante bioma.
A formação tem o objetivo de capacitar os técnicos para aplicar os Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas (ISA), que proporciona uma visão integrada da propriedade rural levando em conta os aspectos produtivo/econômico, ambiental/social e de uso e ocupação do solo. Outras ferramentas, a exemplo do Google Earth Pro, Desenhador do Cadastro Ambiental Rural – CAR Nacional e Web Ambiente da Embrapa também foram apresebtadas. Além da parte teórica, os participantes visitaram uma propriedade rural da região, onde puderam ver a aplicação na prática diária.
Para o engenheiro agrônomo, instrutor da metodologia ISA pelo Senar Nacional, Leonardo Pirovani, o método ISA entra na metodologia ATeG em vários pontos: diagnóstico, planejamento estratégico, adoções de práticas tecnológicas, capacitação complementar e avaliação de resultados. Presente em todos os cinco passos da metodologia da assistência técnica, essa ferramenta , segundo ele, consegue quantificar algumas situações que antes eram bem subjetivas, além de fazer um gerenciamento de riscos dentro da fazenda queeles estão trabalhando.
“Um dos grandes problemas atualmente é a operacionalização da planilha pelo técnico de campo. A visita feita à fazenda foi a oportunidade de mostrar para os técnicos como fazer essa aplicação. Cada técnico atende as propriedades durante 24 meses, nos quatro primeiros meses é realizado o diagnóstico, onde é feito o conhecimento da propriedade e o preenchimento do Isa, em seguida é feito o planejamento com base no que foi coletado. A cada safra (fechamento em 12 meses) os dados são apresentados aos produtores e esses números servem para tomadas de decisões tanto do técnico quanto do produtor rural”, disse.
Maxuel Araújo Santos, técnico de campo da região de Tabocas do Brejo Velho, no Oeste baiano, destacou que este alinhamento é muito importante, pois é uma oportunidade para os profissionais tirarem dúvidas.
“Como foi um treinamento prático e presencial , foi importante para nós, técnicos, fixarmos alguns conhecimentos. Durante o FIP cada técnico atende cerca de 30 produtores. Nesta visita de campo realizada à Fazenda Pratinha tivemos a oportunidade de simular a aplicação do questionário com entrevista direto com o produtor. É este trabalho que pretendemos fazer em campo: aplicar o questionário para vermos o índice de sustentabilidade de cada propriedade, e assim podermos atuarmos de forma técnica, levando a assistência que irá melhorar os índices das propriedades”, destacou.
O assessor regional do Senar Bahia, Sunny Aaron, destacou que a capacitação vai permitir aos técnicos entenderem a importância da correta utilização da ferramenta ISA.
“Com a ferramenta ISA os técnicos de campo têm uma melhor visão da propriedade como um todo, contribuindo para uma abordagem mais assertiva ao produtor em relação a produção com sustentabilidade, preservando os recursos naturais. Para nós do Senar, a assistência técnica e gerencial – ATeG alinhada à sustentabilidade ambiental proporciona ganhos para o produtor e para o meio ambiente. O alinhamento foi importante para que os técnicos estejam em sintonia e sinergia com a proposta do Projeto Fip Paisagens Rurais, onde a ferramenta ISA irá contribuir com o trabalho no campo, em consonância com os planejamentos individualizados e personalizados construídos com os produtores. Os resultados já começam a ser observados em função da área de pastagens recuperadas e adoção de práticas conservacionistas, seguindo as tecnologias ABC”, disse Sunny.
Participaram do treinamento 26 participantes entre técnicos e supervisores que atuam no programa FIP Paisagens Rurais. Além da participação da analista técnica do Senar Central, Cristiane Combaim.
Ascom Faeb/Senar, com informações do SPRLEM