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Agropecuária é majoritária na economia de um quinto dos municípios, diz IBGE

A agropecuária é majoritária na economia de mais de

um quinto dos municípios brasileiros. A atividade respondeu por mais da

metade da riqueza gerada por 1.135 dos 5.570 municípios em 2014, o

equivalente a 20,4% deles, segundo o Produto Interno Bruto dos

Municípios 2010-2014, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE).

O dado exclui o peso da Administração, saúde e

educação públicas e seguridade social da atividade econômica dos

municípios em geral. No ano, 652 municípios (11,7%) respondiam por

metade do valor adicionado da agropecuária no País. A maior participação

foi de São Desidério, na Bahia, que teve participação de R$ 1,7 bilhão.

Já a indústria permaneceu bastante concentrada no

Brasil, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Apenas 15 municípios brasileiros detinham cerca de 25% do valor

adicionado bruto do setor. Ao mesmo tempo, 3.012 municípios respondiam

por somente 1,0% do valor adicionado da indústria.

São Paulo (SP) manteve-se como o maior polo

industrial do País, com 5,6% de toda a riqueza gerada pela atividade

industrial, embora tenha perdido participação desde 2010 (quando detinha

6,4%).

A capital paulista também concentrou o maior valor

adicionado dos serviços (excluindo a administração pública) em 2014, uma

fatia de 15,1%, seguida por Rio de Janeiro (5,8%) e Brasília (3,1%). Em

2010, todos detinham participações maiores: 16,5%, 6,2% e 3,4%,

respectivamente. O resultado mostra um movimento de desconcentração

dessa atividade entre os mais ricos municípios do País.

Em 2014, 35 municípios (0,6%), entre eles 18

capitais, concentravam metade do valor adicionado dos serviços no

Brasil, ao mesmo tempo em que 2.110 municípios (37,9%) respondiam por

apenas 1,0% do setor.

No caso da atividade de administração, saúde e

educação públicas e seguridade social, 2.298 municípios (41,3%)

brasileiros tinham mais de um terço de sua economia dependente da

atividade pública, a maior parte deles nas regiões Norte e Nordeste.

O IBGE ressalta que o valor adicionado é a

contribuição ao Produto Interno Bruto dada pelas diversas atividades

econômicas, obtida pela diferença entre o valor bruto da produção e o

consumo intermediário absorvido por essas atividades.

Ano da crise
No ano em que começou a atual

crise econômica, a riqueza permanecia concentrada no País. Em 2014,

sete municípios detinham cerca de 25% da economia brasileira, de com o

IBGE.

Os maiores geradores de riqueza naquele ano foram:

São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus e

Porto Alegre. Juntos, esses municípios representavam 14,3% da população

brasileira. Campos dos Goytacazes, que figurava entre os sete mais ricos

em 2013, caiu para a oitava posição em 2014.

Quando somados os 62 municípios brasileiros mais

ricos em 2014, chegava-se à metade do PIB nacional. Ou seja, apenas 1%

dos 5.570 municípios brasileiros geravam 50% da riqueza do País. Por

outro lado, os 1.379 municípios mais pobres, cerca de 25% deles,

responderam por 1,0% do PIB nacional. Nesta faixa, estavam 73,2% dos

municípios do Piauí, 59,6% dos municípios da Paraíba, 51,8% dos

municípios do Tocantins e 50,9% dos municípios do Rio Grande do Norte.

Os números mostram não só a concentração da geração

interna da renda como também a difusão espacial na produção desta renda,

ressaltou o IBGE. Em 2014, os 557 municípios com os maiores PIB geraram

97,3 vezes mais renda que os 3.342 menores.

PIB per capita
Em 2014, o município de

Presidente Kennedy, no Espírito Santo, voltou a registrar o maior PIB

per capita do País: R$ 815.093,79. No mesmo ano, o PIB per capita

brasileiro foi de R$ 28.498,21.

No segundo lugar do ranking de maior PIB per capita

ficou Ilha Comprida, em São Paulo, com R$ 378.004,88. Em terceiro,

Selvíria, em Minas Gerais, com R$ 282.412,61.

Os demais destaques foram: São Gonçalo do Rio Abaixo

(MG), com R$ 261.719,36; São João da Barra (RJ), R$ 258.723,38;

Louveira (SP), com R$ 216.016,70; Ilhabela (SP), 214.314,27; Itapemirim

(ES), R$ 214.282,23; Quissamã (RJ), R$ 205.560,24; e Triunfo (RS), R$

184.668,72.

O IBGE informou que Presidente Kennedy (ES), Ilha

Comprida (SP), São João da Barra (RJ), Ilhabela (SP), Itapemirim (ES) e

Quissamã (RJ) eram municípios produtores de petróleo. Selvíria (MS)

produzia eucalipto para as indústrias de celulose e sediava uma

hidrelétrica.

São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) possuía como

principal atividade a extração de minério de ferro. Louveira (SP)

concentrava centros de distribuição de grandes empresas, enquanto

Triunfo (RS) era sede de um polo petroquímico. Os municípios tinham em

comum uma baixa densidade demográfica, ressaltou o instituto.

O menor PIB per capita no ano foi de R$ 3.085,49,

registrado pelo município Mansidão, na Bahia. A economia local é

basicamente voltada para agricultura de subsistência, com cultivo de

feijão, mandioca e milho. O sustento municipal vinha da transferência de

recursos federais: a administração pública participou com 57% do valor

adicionado bruto total.

Mais de 30% dos municípios dos Estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio

Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso

apresentaram PIB per capita superior à média nacional, enquanto que

nenhum município do Acre, Roraima, Amapá ou Alagoas alcançou esse valor.

Nas regiões Norte e Nordeste do País, o número de municípios com PIB per capita superior ao nacional não ultrapassou 6,7%.

Fonte: Jornal A TARDE

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