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Presidente da CNA defende política voltada para o agronegócio

O agronegócio é um dos pilares fundamentais da economia brasileira. Para se ter uma ideia, no ano passado, mesmo com a economia em crise, o setor registrou um superávit de mais de US$ 81 bilhões, o segundo maior da história, de acordo com dados do governo.

E qual é a perspectiva do campo para o próximo ano, quando teremos um novo presidente da República e uma possível renovação no Congresso? Para responder essa e outras questões, divulgamos a entrevista com o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, para a Agência do Rádio Brasileiro.

Acompanhe:

– Para começarmos, eu gostaria que o senhor explicasse para os nossos ouvintes o que é a CNA e o que ela representa para o setor agropecuário do Brasil?

João Martins – “A CNA representa o produtor rural. O nosso público é algo entre 800, 900 mil produtores rurais que gravitam em torno da política que a CNA implementa. A política a qual me refiro é a de políticas públicas. E a CNA, com esses produtores, tem a expectativa de que constantemente sejam levados à eles, através da CNA, boas notícias. Boas notícias não no sentido de preço bom de produto, nem aumento de safra. Mas boas notícias de que a CNA está monitorando o futuro da agropecuária brasileira. Aqui é uma casa preparada, com uma equipe técnica muito boa. É a casa que busca dar respostas e soluções para os problemas de todos os produtores rurais. A CNA é a grande trincheira de luta da defesa dos produtores rurais. Então o produtor espera que cada dia mais a CNA seja mais ativa, mais atuante em defesa dos seus interesses e nós temos buscado essa eficiência.”

– Com relação às eleições. A CNA fará um encontro com os presidenciáveis no próximo dia 29 de agosto. Qual a sua expectativa para este encontro e como o senhor avalia o que os candidatos estão apresentando com relação ao agronegócio até o momento?

João Martins – “A minha expectativa é de que, estamos vivendo um momento extremamente delicado no país. Um momento em que a população como um todo, não só os produtores rurais, quer ouvir dos candidatos uma proposta para que o Brasil retome o rumo da normalidade. É com esse foco também que nós, da agropecuária, estamos apreensivos e principalmente com grande expectativa. Estarão presentes aqui os candidatos a presidente. Eles estarão em um ambiente que é do produtor rural, aqui é a casa do produtor rural. Nós entendemos que essa é uma grande oportunidade de eles falarem diretamente com o produtor rural. É claro que aqui eles vão falar sobre programas genéricos para o Brasil, mas a nossa expectativa é de que alguns assuntos que são específicos, alguns assuntos que os produtores rurais estão extremamente ansiosos para ouvirem, e que isso seja dito pelos candidatos. Lógico, a CNA não tem preferência por partido político ou candidato. A CNA tem que ser apolítica, assim como trata a religião. Mas nós temos uma política, e qual é a política? A política de que aqui, os candidatos vão sinalizar claramente que nos próximos anos a CNA vai ter a solução dos problemas que hoje ainda perduram. Principalmente questões como logística, plano plurianual para a pecuária, de uma estabilidade econômica. Porque tudo isso influencia no nosso setor e na nossa competitividade. Entendemos que o momento é de expectativa, apreensão. Mas temos esperanças de que algumas luzes apareçam no fim do túnel para que o brasileiro entenda e crie a esperança de um futuro melhor.”

– Atualmente, no Congresso Nacional, temos a bancada ruralista e a Frente Parlamentar da Agropecuária, que tratam dessas questões no ambiente político. Qual é o diálogo da CNA com esses representantes e como o senhor avalia o trabalho deles até agora?

João Martins – “A Frente e a CNA quase se confundem. Porque o foco da CNA está na elaboração técnica das reivindicações. Ela é a caixa de ressonância do produtor. Somos nós que temos que levar à Frente Parlamentar quais são os anseios e problemas que precisam ser resolvidos a nível de Congresso do nosso setor. Eu canso de dizer que, principalmente nos últimos anos, não sabemos onde termina a ação da CNA e onde começa a ação da Frente. Porque a Frente está sempre aqui conosco, nós estamos sempre com eles. A Frente e a CNA formaram nos últimos anos um bloco único. Não existe essa diferenciação. Nós falamos a mesma linguagem.”

– A utilização das tecnologias potencializaram a capacidade de produção de maneira expressiva. No ano passado, por exemplo, diferentes culturas tiveram uma produção recorde. Como o senhor avalia a introdução dessas tecnologias no processo e a adequação das produções para essa nova realidade?

João Martins – “A minha tese é a seguinte: daqui a cinco anos a agropecuária brasileira será totalmente diferente da de hoje. A velocidade com que nós vimos nesses últimos cinco anos a evolução da agropecuária brasileira não me deixa dúvidas para afirmar de que nos próximos cinco anos teremos uma agropecuária totalmente diferente. O que é preciso para que nós não percamos o bonde da mudança e da modernidade? Precisamos que a cada dia a gente entenda que nós não podemos deixar para depois a introdução destas tecnologias. Hoje mesmo estávamos entrando em um projeto com startups. O que a CNA tem a ver com startups? Tudo. Porque startup é um novo momento de buscar agilizar investimentos ou até, a formação de empregos, principalmente nessas empresas de alta tecnologia. Isso só será possível se estivermos dia a dia buscando novos desafios em termos de coisas novas para o nosso segmento. Então, eu entendo que a CNA não deve tentar entrar em aventura, mas deve seguir como diz o ditado: “estar na crista da onda” da modernidade e da tecnologia.”

Fonte: Site A Critica

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