Na última semana, a região Oeste da Bahia deu início à colheita do algodão da safra 2022/2023, com expectativa de colher aproximadamente 592,4 mil toneladas de pluma (produto beneficiado). Em uma área de cerca de 309 mil hectares, os produtores do cerrado baiano estão otimistas com a perspectiva de alcançar uma boa qualidade de fibra, graças às condições climáticas favoráveis.
A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) projetou uma produtividade de 1.937 quilos de pluma por hectare, o equivalente a 315 arrobas de algodão em capulho por hectare. O Oeste da Bahia concentra 97,8% da produção de algodão no estado, enquanto os demais 2,2% ficam a cargo da região Sudoeste. Juntas, as duas regiões totalizam 312,5 mil hectares nesta safra, um aumento de 1,16% em relação ao ciclo anterior, e esperam produzir cerca de 600 mil toneladas de algodão.
Luiz Carlos Bergamaschi, presidente da Abapa, destacou que, do ponto de vista agronômico, o ciclo pode ser considerado muito bom. O clima favorável e o controle eficiente de pragas e doenças contribuíram para a expectativa de produtividade ser alcançada. No entanto, Bergamaschi ressaltou que esta será uma safra de margens pequenas, devido aos altos custos de produção. Os preços dos fertilizantes foram impactados pela guerra na Ucrânia e pelos reflexos da pandemia, resultando em uma recessão mundial. Além disso, os preços das commodities estão sob pressão. A produtividade é vista como um fator que pode amenizar essa conjuntura desafiadora.
A colheita começou timidamente na região da “Coaceral” e no núcleo conhecido como Rio de Pedras. Nas unidades produtivas do agricultor João Gorgen, o ritmo ainda é lento, mas a perspectiva é de colher entre 320 e 330 arrobas de pluma por hectare. Gorgen menciona que, apesar de alguns bolsões de falta de chuva terem afetado cerca de 20% da área de algodão, a qualidade da fibra ainda será boa. A qualidade do algodão tem se tornado cada vez mais importante entre as prioridades dos produtores, que buscam atender às demandas do mercado.
Para isso, estão dispostos a utilizar materiais menos produtivos, desde que resultem em uma melhor qualidade do produto final.
Segundo a Abapa, a colheita no cerrado baiano deve ganhar ritmo por volta da segunda semana de junho, sendo totalmente mecanizada. Já no Sudoeste, onde a plantação é feita mais cedo, a colheita começou no final de abril. Nessa região, caracterizada pela agricultura familiar, a colheita manual ainda é comum.
Fonte: Informe Baiano